sexta-feira, 4 de maio de 2012

Corpo de Tinoco é velado em cemitério da Zona Leste de SP


Ele morreu após ter duas paradas respiratórias em hospital da capital. 
Cantor se apresentaria no domingo no Largo do Arouche, no Centro.



velório tinoco (Foto: Paulo Toledo Piza/G1)O corpo do cantor sertanejo José Perez, mais conhecido como Tinoco, era velado desde as 10h desta sexta-feira (4) no Cemitério da Quarta Parada, no Belém, Zona Leste de São Paulo. O enterro está programado para às 17h, no Cemitério da Vila Alpina, também na Zona Leste. Tinoco morreu nesta madrugada no Hospital Municipal Ignácio de Proença de Gouvêa, na Mooca. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, ele deu entrada no hospital na noite desta quinta (3) com insuficiência respiratória e morreu à 1h42. Tinoco tinha 91 anos. Por volta das 11h30, familiares, amigos e fãs de Tinoco velavam o corpo do artista.
Dezenas de parentes, amigos e fãs foram até o velório na manhã desta sexta. O aposentado Elcio Perez, 66 anos, um dos seis filhos de Tinoco, falou sobre a humildade do pai e sua paixão pela roça no velório. “Meu pai amava o sertão, trazia o sertão junto dele. Era isso que ele cantava. Não era da boca para fora”, afirmou. “Meu pai era feliz na roça. Terra, para ele, era sagrada, era para cultivar. Por isso ele não queria ter fazenda, para deixar parada.”
Perez contou que o pai era um entusiasta da música em geral, e gostava também de outros gêneros, como o rock. “Meu pai gravou músicas do Raul Seixas. Ele sempre falava de músicas boas, ele apreciava muito isso.”
O filho também relembra as lições deixadas por Tinoco. “Sempre nos ensinou a ser humilde, porque assim, você sempre vence”. Perez afirma que o pai sempre foi muito querido e bem recebido em todos os lugares. “Mas ele sempre foi muito humilde, ele queria era ser recebido como lavrador, não como rei.”
O corpo do cantor será enterrado no Cemitério da Vila Alpina, onde está enterrada sua segunda mulher, morta há alguns anos. “Ele foi definhando quando ela morreu. Nunca retornou ao normal, perdeu o chão. Ela veio buscá-lo. O aniversário dela foi ontem, fico até arrepiado”
O cantor Mariano, que fazia dupla com João Mineiro, disse que soube da morte pelo rádio, quando seguia para um show, e resolveu ir até o velório para se despedir de Tinoco. “Ele é a verdadeira bandeira da música sertaneja. Uma pessoa maravilhosa, tive a honra de conviver com os dois, que eram verdadeiros artistas”, afirmou. “O céu deve estar em festa, pois foi o João Mineiro, o Chico Anysio, o Wando e agora o Tinoco.”
Cantor Mariano foi até o velório de Tinoco (Foto: Paulo Toledo Piza/G1)Cantor Mariano foi até o velório de Tinoco (Foto:
Paulo Toledo Piza/G1)
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, Tinoco foi levado para uma sala de emergência assim que chegou ao hospital e, em seguida, foi transferido para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Segundos os médicos, ele não resistiu à segunda parada respiratório que sofreu.
Carreira
Tinoco nasceu em Pratânia, no interior de São Paulo. Com o irmão João Salvador Perez, o Tonico, formou a dupla Tonico e Tinoco, uma das mais importantes da história da música brasileira. Eles realizaram quase mil gravações ao longo de sua trajetória musical, que começou em 1935, e venderam mais de 150 milhões de cópias de seus 83 discos. A dupla acabou em 1994 com a morte de Tonico no dia 13 de agosto. Juntos, os dois realizaram cerca de 40 mil apresentações em toda a carreira. "Tristeza de Jeca", "O menino da porteira", "Chico mineiro" e "Moreninha linda" estão entre os maiores sucessos de Tonico e Tinoco.
Em 2010, Tinoco foi homenageado por Roberto Carlos durante a gravação do especial "Emoções sertanejas". Na ocasião, Tinoco completava 90 anos e 75 de carreira e, no palco, ao receber uma placa das mãos de Roberto Carlos e Chitãozinho e Xororó, afirmou que aquela era a saudação mais importante que havia ganhado por sua trajetória até então. "É a maior pelo valor humano. Sabe o que é o valor humano? É a coisa mais linda que nós temos", disse.
Tinoco se apresentaria neste domingo (6) na Virada Cutural de São Paulo, no palco Arouche, no Centro. Em nota, a Prefeitura de São Paulo, que organiza o evento, lamentou a morte do artista  que, segundo a Prefeitura, "contribuiu expressivamente para a história da música sertaneja."
Fonte: G1


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