domingo, 22 de fevereiro de 2015

Lamentações - Relatos que marcaram o ano de 2014 sobre a seca da lagoa do Piató.

http://marcosdantas.com/wp-content/uploads/2015/02/PIATO-620x417.jpgDioclécio de Souza, representante da comunidade Porto do Piató, afirma que a pesca é a principal atividade dos moradores e lamenta os problemas que se instalaram devido ao baixo nível da lagoa.

“Hoje, o nível de água chega a, no máximo, um metro. Já cobramos os governos, solicitando a realização de limpeza, no canal que direciona água do Rio Piranhas-Açu para a lagoa, o que permitiria a elevação do volume de água”, destaca.

Dioclécio relata que em 1999 a Lagoa do Piató secou e a gestão estadual da época limpou o canal, proporcionado água para a lagoa e resolvendo o drama vivido pelos moradores. Segundo ele, o Porto do Piató é integrado por cinco comunidades e possui 150 famílias, dados que reforçam a necessidade de medidas urgentes.

“A lagoa serve para todo Vale do Açu. Dela já saiu peixes para o Ceará, Paraíba e municípios do Rio Grande do Norte. Por semana, chegamos a enviar de 4 a 5 mil quilos de peixes para Parnamirim e Ceará-mirim. A situação agora está se agravando cada vez mais. E como é que haverá turismo com a praça abandonada e a lagoa seca”, declara. Ele acrescenta ainda que, no período de carnaval, o Porto do Piató já recebeu até 7 mil pessoas. “Agora não vem ninguém nem mesmo no carnaval.”

Sonizete Alves, possui um quiosque na Logoa do Piató e, há dois anos, encontra dificuldades para vender. Atualmente, os estabelecimentos permanecem fechados durante a semana. Reabrem aos domingos, somente quando alguns clientes realizam encomendas. “A prefeitura prometeu cobertura para a parte externa dos quiosques, mas, até agora, nada. Nem mesmo a estrada de acesso à comunidade Porto do Piató foi pavimentada, continua no barro”, disse.

Maria de Fátima Pereira, mora no Porto do Piató com outras quatro pessoas. Também é dona de quiosque situado às margens da lagoa e expressa ansiedade quanto ao futuro da comunidade. “Eu tenho medo, porque, estando a lagoa seca, não tem alimento e, por isso, o sofrimento com a fome se torna muito grande”, frisou.


Antônia Alves, Pra mim ela representava tudo no mundo, hoje em dia é uma tristeza ver ela assim seca, quando eu olho pra dentro dela chega eu choro. Meu marido sai de madrugada de moto pra Touros, arriscando a vida pra ganhar uma mixaria. Quando a lagoa tava cheia, a coisa era diferente, ele vivia em casa, pescando. Uma lagoa dessa me faz falta demais”, .

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